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domingo, 4 de maio de 2014

Mãe!




Mãe!, deixa-me chorar!
Não te apoquentes, de qualquer maneira sobreviverei!
Mas dói... dói muito!
Sei que estás aqui, comigo,
mas olho à esquerda e vejo aquele cantinho, que era só teu, vazio.
Sim, estás lá, mas, materialmente, vazio.
É-me vedada, de todo, a possibilidade de te tocar, de te ouvir, de te abraçar.
De me abraçares.
De te retorquir e te zangares.
Como um dia eu saí das tuas entranhas, assim tu partiste das minhas.
Sem licença! Apenas um pré-aviso... Vago!
De separação, mas sem preparação.
Assim mesmo, descansa em paz!
Sem ti, mas contigo, hei-de sobreviver.
E viver ao largo das intempéries que de mim sempre afastaste,
ainda que, para isso, não tivesses uma hora de sono tranquilo.
Dorme agora. Serenamente.
Embora no sono etéreo,
um dia, voltaremos a juntar-nos.
No céu.                                                  
Os Deuses ocupar-se-ão disso.
E ainda de, à luz eterna, me devolverem o colo que, à luz do sol, me retiraram.
Podes crer!








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